Guia do Mochileiro das Galáxias é uma daquelas obras em que assisti à produção cinematográfica e ainda li o livro.
Assisti primeiramente o filme, tendo impressão regular sobre o mesmo.
A produção é boa, e até viabiliza bem, a obra do autor, tornando-a verossímil na telona.
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Anos mais tarde, na livraria Cultura, me deparei com o livro, contendo a encadernação completa da saga.
Achei que era a grande oportunidade de incorporar uma obra clássica à minha biblioteca e comprei o volume com as cinco partes do "épico" de 672 páginas!
Com aquela leitura, me tornaria um mestre mochileiro das galáxias!
Mais adiante no tempo, assim que minha agenda de leitura abriu uma brecha, comecei esta obra.
Pelo livro supostamente se tratar de ficção científica e humor, temas que gosto, achei que terminaria rapidamente e, comecei uma maratona literária, do Guia de 5 partes do Mochileiro das Galáxias.
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A primeira parte, mostrou-se interessante e bem escrita.
Terminei-a, e segui adiante.
Comecei então, a ler a segunda parte.
Lembro que neste momento, eu estava num hotel 5 estrelas, tentando maratonar toda a obra literária de uma só vez...
Não deu!
Passei mal, e veio o castigo!
Tive uma diarreia épica, e parei com a leitura, tentando me recuperar.
No dia seguinte, só depois de fumar uns dois cigarros de maconha, (no país onde moro, tenho autorização medica para uso medicinal desta planta) e me recuperei do mal estar.
Mesmo assim não arrisquei voltar à esta leitura assim tão breve.
Para colocar as idéias em ordem, peguei outros livros, e segui com eles.
Dentre eles, obras do mestre Schopenhauer.
Quando me senti, física e, psicologicamente, preparado, retomei a leitura da segunda parte do Guia do Mochileiro das Galáxias.
Desta vez, mais devagar.
Sem querer resolver tudo num dia só...
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Não tive mais nenhum sintoma de mal estar, entretanto, talvez pelo trauma, o meu envolvimento com a obra havia acabado.
Até porquê, ela não parecia ter um fio central condutor, suficientemente sólido, e que sustentasse o interesse na sua leitura.
Mesmo assim, eu fui até o final, mas, só mesmo na última parte, na última página, que senti de volta, o vigor impactante, de alguns trechos do primeiro volume da saga.
O resto, parece mesmo, uma massaroca disforme, sem gosto, cor, ou conteúdo.
A obra tem seus momentos de humor e é bem escrita.
Em alguns momentos, tenho até, a impressão de que seu autor, bebe e se inspira nas mesmas fontes que eu.
Entretanto, não recomendaria esta leitura, porquê a saga toda, acaba ficando massante e causa no leitor, a desagradável sensação de desperdício de tempo e dinheiro.
Fosse FALSA esta impressão, a livraria onde comprei minha edição, não estaria com as prateleiras repletas com outros exemplares iguais ao meu, que mesmo um ano depois da sua publicação, ainda não haviam sido vendidos.
Ainda que não recomende esta obra literária, reconheço o fato inusitado de que, na parte técnica, particularmente enxergo no trabalho do autor, muitos pontos comuns com o meu próprio.
E não quero aqui me igualar, nem diminuir o escritor.
Espero entretanto, que o trabalho que produzo, leve meus leitores, a alguma reflexão relaxante, ou, produtiva.
Coisa que, pessoalmente, não encontrei nesta edição do Guia.
O livro, já teve seus bons momentos em outros tempos, mas hoje, se o mal é realmente necessário, recomendo o filme, que, ainda tem algum estilo, e pode ser enfrentado sem pânico com uma toalha na mão.
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