quarta-feira, 20 de setembro de 2017

reverencia de roqueiro para um MESTRE!

Uma das vantagens que percebo ao viajar para fora, é que, no período que não estou no Brasil, INVOLUNTARIAMENTE, acabo escutando muito mais rock, e, música de qualidade, do que, por aqui, onde me sinto, quase que, constantemente, bombardeado pelo pior da arte nacional.

O Brasil tem excelentes produções musicais de primeira linha, mas, ultimamente só prevalece a porcariada.
Até mesmo no Rock in Rio, percebemos essa situação, quando o festival dá mais espaço para trabalhos de qualidade questionável,  e que, quase nada tem a haver com o verdadeiro rock.

Voltando ao começo...
Depois de uma viagem dessas para o exterior, chego em casa, e, pela janela da cozinha, escuto da rua, barulho proveniente de batucada regada à bebida alcóolica, em algum boteco da redondeza. 

Aquela coisa que, os críticos de arte, das grandes mídias, atualmente chamam de música de carnaval.
Uma porcaria chata, que obrigou me a refugiar em outro cômodo, onde pudesse afastar meus ouvidos de tamanha agressão ao bem estar e sossego de um homem honesto e esforçado.

Nessas horas, tenho certeza de que estou de fato no Brasil.

Mais tarde, peguei um taxi, cujo motorista se vestia como os boêmios do século passado, usando: camisa de seda vermelha, cabelo tingido de preto, anel, pulserias e correntes de ouro;

O sujeito não era de falar muito, então ligou o som do carro.
Vieram as primeiras notas da música.
Era aquele violãozinho característico das músicas de samba.

Logo pensei:

-P*t@ que pariu! Vou ter que aturar um sambinha de m3#da até chegar ao destino!!!! Karaka!


Como roqueiro afobado que sou, logo imaginei, que alí começaria uma tortura que exigiria de mim um imenso sacrifício para suportar...
Certamente, alguma porcaria de musiquinha com mensagens subliminares do tipo:

"...Vou esfregar minha xulapa na caçapa da mulata..."

Errei!

Entrou em seguida o característico vocal do grande Bezerra da Silva.
Bezerra da Silva, é talvez, um dos raríssimos sambistas que agradam o meu gosto, e, que, de fato venero.
Assim como Raul Seixas, considero-o um dos exímios autores da música nacional.
Ambos, são donos de obras imortais, cuja originalidade, não tem paralelo, ou comparação, com qualquer outra, no cenário brasileiro.

Fiquei tão feliz com aquela trilha sonora, durante a corrida no taxi, que até dei uma caixinha para o motorista.

Mas a curiosidade não terminou por aí.
Dias depois, em outro lugar totalmente diverso da cidade, peguei OUTRO TAXI, em que, o motorista também colocou para tocar, músicas do Bezerra da Silva.
Claro que não reclamei 
Mas, achei interessante o fato, que, me levou a indagar: qual seria a probabilidade, de, num espaço de poucos dias, em lugares totalmente diversos, pegar dois taxis, cujos motoristas tocaram o mesmo artista, que não é, nenhuma unanimidade, tão pouco, frequenta, os maiores veículos da mídia.
E, se digo, que os motoristas tocaram, é porque as músicas não vinham de alguma estação de FM, e sim, nos dois casos,de, PENDRIVES acoplados ao som dos veículos.

Estaremos diante de um "revival" do Bezerra da Silva?
Não sei!

De qualquer forma, nestes momentos  percebo que o Brasil, mesmo com tantas dificuldades, ainda tem esperanças, e, é capaz de produzir alta cultura em muitas áreas do conhecimento.

Cabe todos nós, estudar o que é útil, para que a crença no país, seja mantida, assim, como um pai não deve desistir dos filhos, sonhando que, estes, um dia, produzirão cultura, e, um futuro melhor.


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