sábado, 2 de dezembro de 2017

A CONSCIÊNCIA DO REI

Serie boa ou, produção cinematográfica de qualidade, para mim, é aquela com bons roteiros e idéias que, quando revista, dá ao expectador novos pontos de vista e reflexões que na primeira vez não foram vislumbradas.

E como exemplo de boas séries que, sempre me levam a novas percepções, sempre que as revejo, cito STAR TREK.

(O que não é nenhuma novidade para o meu querido e, sempre estimado leitor, que acompanha neste espaço, minhas dicas e reflexões)

Revi a pouco o episódio A CONSCIÊNCIA DO REI, da série clássica de STAR TREK, e fui levado a novas considerações que, da primeira vez que o assisti, não estava preparado a alcançar.


Me explico.
Assisti este episódio pela primeira vez, a décadas atrás, quando ele foi exibido pela extinta TV MANCHETE.
Nesta época, eu saia do trabalho correndo à toda velocidade com o meu fusca, para chegar em casa a tempo de assistir aos episódios da série, que começavam as 18:00hs.

Era loucura mas eu me divertia, pois, sempre, mesmo com o transito pesado típico de São Paulo, eu conseguia chegar a tempo para ver cada episódio, sem atrasos.
Ademais, eu era um solteirão sem responsabilidade, então, achava que valia a pena, correr o risco realizando este tipo de proeza automobilística, para assistir na TV aberta, aquela que, à época, já era minha série favorita.   

Hoje, depois de passado muito tempo, estou casado e tenho crianças pequenas, destarte que, mais velho e experiente, meu raciocínio sobre determinados temas, é distinto, daquele que eu tinha à época, afinal, o homem, com o passar do tempo muda completamente, podendo ser, para pior, ou até, melhor...

A Consciência do Rei, é a história de um prestigiado ator de teatro que, antes de seguir a carreira artística, foi considerado um dos mais famosos tiranos da galáxia, que, por uma decisão errada, acabou ceifando inutilmente, a vida de 4000 pessoas.
(Este número na casa dos quatro dígitos pode impressionar a maioria, mas, é insignificante perto da quantidade de mortes causadas por ditaduras comunistas).

Assim como Hitler, este tirano, escapou da Justiça, ocultando-se por de trás de uma nova identidade, até ser identificado por alguns sobreviventes da desgraça que causou.

Passadas décadas, segundo o calendário terrestre, depois da ação criminosa, a filha deste ator (ex-tirano) viu-se na obrigação, de afastar o pai, do perigo que seria a revelação da antiga identidade, eliminando testemunhas que pudessem identificá-lo.

O pai, que já estava com as mãos manchadas de sangue e arrependimento, viu com grande desgosto, que a filha seguiu o mesmo caminho, para que seu sossego, e a nova vida que tinha, fossem preservados.

Na primeira vez que vi este episódio, não me sensibilizei tanto com esta situação, mas, agora, como pai de uma menina de um ano e meio, senti no coração a punhalada que o velho tirano levou ao perceber que, as consequencias dos proprios erros, também atingiram duramente, a sua filha.

Neste momento, me veio na cabeça, a imagem de um piloto de corridas, que, na tentativa de obter um bom tempo na volta em que faz na pista, erra em alguma trajetória,  comprometendo toda a execução da sequencia de curvas que tiver ainda a realizar. 
Ou seja, conforme o erro cometido nalguma fase da vida, pode-se comprometer e causar grandes tormentos, em todo o futuro de quem o comete, e até, no de outras pessoas, indiretamente envolvidas com o desacerto.

No caso do episódio, a tragédia do tirano, foi dura, pois a repercussão do seu erro, recaiu, não só, sobre seus ombros, mas também, sobre a propria filha , que, de modo distinto, acabou seguindo a trilha maligna aberta por ele.mesmo.

É inegavel, a influencia Shakespereana,  presente neste trágico episódio, fato que, o torna ainda mais interessante, para ser visto e revisto.
O trabalho dos atores, que interpretam a dupla de vilões, também é admirável.

Ainda que o episódio não seja um dos mais venerados da série clássica de Jornada nas Estrelas, certamente, agora ele está entre os MEUS favoritos, posição que, antes não ocupava, sendo assim, me vejo obrigado a recomendá-lo com bastante veemência. 


Surgindo oportunidade, veja, ou, reveja-o, daí, faça então, suas próprias reflexões.
Se não tiver o box com DVDs da série clássica, assista-o na NETFLIX.
VALE A PENA.

HOUSE of CARDS (com spoylers!)

HOUSE OF CARDS é uma serie da NETFLIX enquadrada no gênero de DRAMA POLÍTICO.

Eu particularmente, não a rotularia nesta categoria, e sim, na de HORROR, já que, quase todos os espectadores ficarão petrificados com as peripécias realizadas pelos políticos desta obra de ficção, para se manter ilicitamente no poder, ou mesmo,  obter vantagens imerecidas.
Tão pavorosa sensação, não é sem razão, já que, tantos tipos de safadezas, nela contidas,  de uma forma ou de outra, são  problemas de ordem mundial, que atingem, em maior, ou, menor grau, quase todos os governos do mundo.

O Brasil em especial, como vítima deste tipo de parasitas, sem a menor sombra de dúvida, é uma fonte de inspiração para os roteiristas da série, tendo em vistas que, a maioria dos políticos locais, se prostitui por dinheiro e poder, deixando de lado os interesses daqueles que os elegeram, colocando-os em seus cargos.

Além de demonstrar com transparência aterrorizante, as maracutaias envolvendo  políticos poderosos e pilanras; HOUSE OF CARDS se destaca pela produção de alto nível, além do trabalho notável de um elenco de estrelas holywoodianas, que, mostram com clareza, ao espectador, que: por dentro das paredes do governo, QUASE NUNCA, as decisões mais importantes, são tomadas para benefício do povo e da pátria.

HOUSE OF CARDS chega quase a ser pornográfica, por demonstrar ainda, como podem ser os hábitos de alguns políticos que nos governam e, querem se servir como figuras exemplares, mas, que, na verdade, não passam de pútridos e fétidos parasitas, que, de fato, deveriam estar na cadeia, ou, mortos depois de condenados e torturados.

Portanto, é uma série que recomendo,  pois ela mostra aos contribuintes e eleitores, como agem estes tipos de vermes e ratos, que tornam as nossos cotidianos mais dificeis ou complicados, eventualmente, até, expondo vidas humanos a riscos, e, à morte.

Nesta produção notável, como já lembrei antes, não é possível ignorar o empenho de atores e atrizes que, apesar de algumas poucas falhas no roteiro, ainda conseguiram dar substancia e veracidade a um cenário, que assombra quem não o conhece.

No elenco, é claro, a minha atriz preferida é a Robin Gayle Wright, interpretando a "PRESIDENTA" (me perdoem o trocadilho, que, não pude evitar),  CLAYRE UNDERWOOD que, está mais preocupada em manter-se no poder, do que, propriamente trabalhar pelo povo, ou, pelo seu país.
Contrariamente à uma certa ex-presidenta brasileira; C.U., é mulher inteligente e  bonita que, mesmo praticando suas maldades, engana e convence bem melhor que a nossa velha terrorista (supostamente brasileira), que  nem fazer um pronunciamento gramaticalmente correto, era capaz.
Aqui, não posso omitir a forma caridosa, como Clayre matou um amante que começava a incomodar os seus projetos políticos: 
Envenenou-o, e, foi transar com ele, para que, pelo menos o felizardo [ou infeliz (?)] namorado, tivesse uma morte gloriosa, com a piroca supostamente dura fincada na vagina presidencial.

Impossível omitir ainda, o trabalho magistral do ator Kevin Spacey, que parece ter sido talhado para o papel, tendo em vistas que, o personagem que interpreta é um vilão promíscuo e sem escrúpulos, capaz de qualquer coisa (inclusive matar) para se manter no poder.

Robin Gyle e Kevin Spacey (assim como outras estrelas que compõem o elenco de HOUSE OF CARDS) trabalham tão bem seus papéis de vilões que, o espectador chega mesmo a torcer, para que, na ficção, Clayre e Frank Underwood,  (o casal pilantra da estória) consiga escapar da Justiça, mesmo depois de praticar tantas maldosas barbaridades.

Impossível ainda, omitir algumas das interessantes repercussões que esta grande obra teve sobre a vida do seu astro principal, Kevin Spacey, que foi acusado por um dos atores componentes do elenco de DISCOVERY (outra série NETFLIX, esta, de ficção científica, que envolve o universo STAR TREK), de assédio sexual, fato que, gerou uma avalanche de outras acusações, do mesmo naipe, contra Kevin Spacey, que, acabaram por lhe tirar o emprego em HOUSE OF CARDS, e, ainda, avalancharam,  uma série de queixas, contra outros molestadores sexuais famosos, frequentadores assíduos, ou não, do ambiente "holywoodiano".

Curiosamente, a demissão de Kevin veio num momento em que, o seu personagem, Frank Underwood (marido de Clayre) renunciou à poltrona Presidencial, no momento que enfrentaria acusações pela prática de crimes cometidos como Chefe de Estado Maior dos E.U.A..

HOUSE OF CARDS, iria para a sexta temporada, mas, com a demissão de Kevin Spacey, deverá sofrer reformulações no elenco e roteiro, que podrão comprometer os prazos anteriormente estimados para a exibição daquela que, supostamente seria a última temporada desta série.

De qualquer forma, é uma produção recomendável, que, sem dúvida deixou suas marcas entre tantos seriados que hoje os apreciadores tem à sua disposição.

RECOMENDO ENFATICAMENTE esta série, até porquê, o eleitor e contribuinte, seja norte-americano, ou, de qualquer outro país, entenderá melhor como funcionam as engrenagens governamentais que, na maioria das vezes, não se movimentam para o benefício da pátria ou do povo.

P.S. - Curiosamente, o partido democrata, (o mesmo do queniano que, de fato,  presidiu os EUA) é retratado nesta obra, como, o partido do Mal.
(Realidade, ou, mera coincidência????).