Serie boa ou, produção cinematográfica de qualidade, para mim, é aquela com bons roteiros e idéias que, quando revista, dá ao expectador novos pontos de vista e reflexões que na primeira vez não foram vislumbradas.
E como exemplo de boas séries que, sempre me levam a novas percepções, sempre que as revejo, cito STAR TREK.
(O que não é nenhuma novidade para o meu querido e, sempre estimado leitor, que acompanha neste espaço, minhas dicas e reflexões)
Revi a pouco o episódio A CONSCIÊNCIA DO REI, da série clássica de STAR TREK, e fui levado a novas considerações que, da primeira vez que o assisti, não estava preparado a alcançar.
Me explico.
Assisti este episódio pela primeira vez, a décadas atrás, quando ele foi exibido pela extinta TV MANCHETE.
Nesta época, eu saia do trabalho correndo à toda velocidade com o meu fusca, para chegar em casa a tempo de assistir aos episódios da série, que começavam as 18:00hs.
Era loucura mas eu me divertia, pois, sempre, mesmo com o transito pesado típico de São Paulo, eu conseguia chegar a tempo para ver cada episódio, sem atrasos.
Ademais, eu era um solteirão sem responsabilidade, então, achava que valia a pena, correr o risco realizando este tipo de proeza automobilística, para assistir na TV aberta, aquela que, à época, já era minha série favorita.
Hoje, depois de passado muito tempo, estou casado e tenho crianças pequenas, destarte que, mais velho e experiente, meu raciocínio sobre determinados temas, é distinto, daquele que eu tinha à época, afinal, o homem, com o passar do tempo muda completamente, podendo ser, para pior, ou até, melhor...
A Consciência do Rei, é a história de um prestigiado ator de teatro que, antes de seguir a carreira artística, foi considerado um dos mais famosos tiranos da galáxia, que, por uma decisão errada, acabou ceifando inutilmente, a vida de 4000 pessoas.
(Este número na casa dos quatro dígitos pode impressionar a maioria, mas, é insignificante perto da quantidade de mortes causadas por ditaduras comunistas).
Assim como Hitler, este tirano, escapou da Justiça, ocultando-se por de trás de uma nova identidade, até ser identificado por alguns sobreviventes da desgraça que causou.
Passadas décadas, segundo o calendário terrestre, depois da ação criminosa, a filha deste ator (ex-tirano) viu-se na obrigação, de afastar o pai, do perigo que seria a revelação da antiga identidade, eliminando testemunhas que pudessem identificá-lo.
O pai, que já estava com as mãos manchadas de sangue e arrependimento, viu com grande desgosto, que a filha seguiu o mesmo caminho, para que seu sossego, e a nova vida que tinha, fossem preservados.
Na primeira vez que vi este episódio, não me sensibilizei tanto com esta situação, mas, agora, como pai de uma menina de um ano e meio, senti no coração a punhalada que o velho tirano levou ao perceber que, as consequencias dos proprios erros, também atingiram duramente, a sua filha.
Neste momento, me veio na cabeça, a imagem de um piloto de corridas, que, na tentativa de obter um bom tempo na volta em que faz na pista, erra em alguma trajetória, comprometendo toda a execução da sequencia de curvas que tiver ainda a realizar.
Ou seja, conforme o erro cometido nalguma fase da vida, pode-se comprometer e causar grandes tormentos, em todo o futuro de quem o comete, e até, no de outras pessoas, indiretamente envolvidas com o desacerto.
No caso do episódio, a tragédia do tirano, foi dura, pois a repercussão do seu erro, recaiu, não só, sobre seus ombros, mas também, sobre a propria filha , que, de modo distinto, acabou seguindo a trilha maligna aberta por ele.mesmo.
É inegavel, a influencia Shakespereana, presente neste trágico episódio, fato que, o torna ainda mais interessante, para ser visto e revisto.
O trabalho dos atores, que interpretam a dupla de vilões, também é admirável.
Ainda que o episódio não seja um dos mais venerados da série clássica de Jornada nas Estrelas, certamente, agora ele está entre os MEUS favoritos, posição que, antes não ocupava, sendo assim, me vejo obrigado a recomendá-lo com bastante veemência.
Surgindo oportunidade, veja, ou, reveja-o, daí, faça então, suas próprias reflexões.
Se não tiver o box com DVDs da série clássica, assista-o na NETFLIX.
VALE A PENA.
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