Tenho "maratonado" pela NETFLIX assistindo, ou, reassistindo STAR TREK, e, no momento, estou vendo agora, a quarta temporada de VOYAGER.
Particularmente, não considero esta a melhor série da família de produções cinematográficas ou televisivas de JORNADA nas ESTRELAS, mas de qualquer forma, tenho cumprido diariamente, com o meu dever "treker", de ver as aventuras da tripulação da espaçonave VOYAGER, que, involuntariamente, foi levada ao distante, quadrante delta da nossa galáxia, e, no episódio em que me encontro, ainda tem um longo caminho pela frente a percorrer, até voltar ao lar, numa jornada que, mesmo com a tecnologia disponível, pode levar décadas, até ser completada.
Esta produção foi ao ar de 1995 e 2001 e, entre seus méritos, carrega a marca de ser a primeira série STAR TREK a utilizar em larga escala, a partir de determinado momento, recursos de computação gráfica, que substituíram modelos e deram mais vida, a cenários exóticos ou efeitos especiais.
De todas as séries de STAR TREK; VOYAGER, é a única, que tem uma mulher comandando na cadeira de Capitão da espaçonave, mas, esta razão, não é a que a afasta das minhas preferidas da franquia.
À época que ela foi ao ar no Brasil, acompanhei alguns episódios da primeira temporada, e, confesso, que não me adaptei muito bem a alguns personagens como: NEELIX, KESS, e, até mesmo à Capitã Kathryn Janeway, destarte que, até por falta de tempo, não investi mais o meu tempo, na VOYAGER, naquele momento.
Mesmo tendo DVDs com todos os episódios das séries e produções cinematográficas STAR TREK, foi através da NETFLIX que encontrei um modo mais prático de acompanhar tudo o que não pude assistir pela TV, daí, depois de assistir todas as outras séries que antecederam VOYAGER, tomei coragem e agora estou cumprindo com o meu dever treker, de também conhecer mais de perto e, com maiores detalhes, esta produção.
De lá para cá, minha ordem de preferencias das séries STAR TREK não mudou: VOYAGER, ainda é a que eu menos gosto, mas não é totalmente ruim.
O enredo é aceitável, mas o duro alí, é aguentar alguns personagens, cuja interpretação é forçosa demais, então vejamos:
NEELIX por exemplo, é aquele tipo que tem a coragem e algumas virtudes características dos Hobbits (senhor dos anéis), mas, é um verdadeiro chato, de galochas, cujo excessivo bom humor, chega a ser irritante, além de pouco natural.
Entre o que considero uma de suas virtudes, é que ele foi o primeiro namorado da KESS, e nutria por esta um amor verdadeiro (e talvez, ligeiramente ciumento) até o final da participação desta personagem na série.
(E pelo que tenho visto por aí, muitos outros fãs da série, tem opinião parecida com a minha no que se refere a ele)
A própria KESS, no começo da sua participação em VOYAGER, também era meio chatinha.
Mas, ela foi evoluindo com o desenrolar da série, e, infelizmente, acabou saindo no momento em que estava no seu melhor momento.
Como eu vi poucos episódios de VOYAGER pela TV brasileira no momento em que ela foi ao ar, não pude apreciar esta evolução da KESS, daí, tive esta impressão inicial sobre a personagem, até o momento que reembarquei em mais esta jornada através da NETFLIX.
Quanto à Capitã Janeway, ela alterna seus bons momentos, com outros, muito abaixo da média, se comparada a outros capitães das séries Jornada nas Estrelas.
E não tenho esta opinião, pelo fato dela ser mulher.
Neste caso, culpo os roteiristas, que a obrigam a solucionar os problemas, de forma pitoresca demais, até mesmo para os padrões femininos.
Ora: a Capitã Janeway, me parece em muitos momentos excessivamente tolerante, e disposta a negociar até com quem não merece a menor consideração.
Em situações que, outros capitães, especialmente Benjamim Sisko, já estariam chutando os fundilhos da vagabundagem, a Janeway ainda está distribuindo perdões aceitando até, opções que, para muitos, seriam simplesmente inaceitáveis, ou mesmo, fora das normas da Federação dos Planetas Unidos.
Ela também é contraditória, quanto à PRIMERA DIRETRIZ (que prega a não interferencia no desenvolvimento de algumas culturas e sociedades, mesmo que, custando a vida da tripulação ou a destruição de naves.)
Se num episódio, a Capitã a aplica fervorosamente, em outro, quando deveria seguir a mesma conduta, inventa um jeito, sem qualquer justificativa lógica, para burlá-la.
Mas ok...
Isso é aceitável, tendo em vistas que a Capitã comanda uma nave da Federação, que está muuuito longe de casa, e até impossibilitada de sempre seguir, todas as normas exigidas ou recomendadas pelos manuais e ordenamentos jurídicos.
Outro detalhe desta Capitã, que não a coloca entre as minhas favoritas, é que a interpretação da atriz Kate Mulgrew algumas vezes é um pouco forçada demais.
Falta naturalidade na atriz, quando ela faz alguma expressões faciais, que são mais canastronas que as do ator Tom Cruise na série Missão Impossível, e, em alguns outros de seus papeis.
Pior ainda, é quando ela dá a impressão de tentar imitar alguns trejeitos do Capitão Kirk, que protagonizou a série clássica, e algumas produções cinematográficas de STAR TREK.
Por outra via, que eu gosto mesmo nela, é que a Janeway tem um lado cientista muito mais desenvolvido que o de outros capitães que protagonizaram Jornada nas Estrelas antes, e também, quando ela parte para a briga, mostrando sua faceta malvadona.
Mas isso, é dificil de acontecer.
Na maioria das vezes, ela sempre negocia, mesmo tendo que levar algum prejuízo.
OK... OK... OK....
As circunstancias da situação que a nave VOYAGER se encontra, podem até exigir uma atitude assim da Capitã, mas, acho que, no episódio DIA DE HONRA, esta excessiva tolerância passou dos limites...
Neste capítulo, entre outras ocorrencias, aparecem os CAATATIS.
Estes tipos, sobreviveram a um conflito com os BORGS ( vilões da série ) que dizimou grande parte do seu povo, e, no momento deste episódio, vivem mendigando por esmolas a bordo de suas naves espaciais.
Como convém à maioria dos pedintes, estes, assim que encontram a VOYAGER, fazem uma montanha de solicitações, que a Capitã Janeway, na sua quase infinita generosidade, se apressa em atender, na medida do possível.
E aqui tenho que dar o braço a torcer à produção, que caprichou na maquiagem desta raça, deixando-a com aparência de autênticos mendigos interestelares, e ainda para a interpretação dos atores que tornaram os CAATATIS dignos de pena.
Qualquer desavisado que visse estes tipos, nas cenas iniciais do episódio, derramaria lágrimas diante da atuação dos atores, que, até deixavam a cabeça pendendo para o lado, como se não tivessem forças sequer, para manter o pescoço ereto.
Acontece que eu, particularmente, não sou assim tão imprudente, diante de tipos assim.
Em São Paulo - Brasil, morei numa rua, que era frequentada por toda espécie de mendigos profissionais.
Mesmo quando estive na España, me deparei com estes tipos que, se fazem de coitados, mas na verdade, eventualmente dispõem de mais recursos financeiros, do que as suas vítimas, cujos recursos pretendem GANHAR.
O trabalho desta gente, é pedir; fazendo cara de pobre sofredor(a), juntando ao fim do dia, mais dinheiro até, do que as almas caridosas trabalhadoras, que, enternecidas diante do suposto sofrimento alheio, desavisadamente prestam ajuda a esta espécie de picaretas.
Em alguns casos, até mesmo crianças, que deveriam estar na escola estudando e aprendendo, são usadas por essa gente, para sensibilizar ainda mais, os corações de espirito cristão, de forma que, as pessoas sejam ainda mais generosas nas suas doações.
Estes tipos, são na verdade GOLPISTAS!
Em alguns estados nos USA, tal tipo de atividade desonesta pode até mesmo dar uma cana ao espertalhão que a pratica.
No caso do episódio da VOYAGER, como eu logo adivinhei, assim que apareceu aquela especie de mendigo espacial, momentos depois, quando a espaçonave e sua tripulação enfrentavam uma ameaça mortal, os CAATATIS, voltaram, não para agradecer, ou ajudar, a quem generosamente havia lhes estendido a mão, mas, sim, para aproveitar o mau momento, que as caridosas almas cristãs passavam, para esfaquear-lhes as costas.
Os vagabundos agora queriam saquear a espaçonave, deixando toda a tripulação largada à propria sorte, em algum fim de mundo, vergonhosamente agindo como verdadeiros urubus do crime.
Nesse momento então, eu pensei:
-Agora a Capitã Janeway vai chutar o olho do c* destes pilantras, enchendo-lhes o rabo com merecido chumbo quente...
Quem dera...
Para meu espanto, o roteirista, apelou para o espirito generoso e cristão da Capitã, que, na história, arrumou jeito de fazer mais uma doação, que resolvesse os problemas da canalhada CAATATI, e, assim, todos viveram felizes para sempre...
Confesso que, até passei mal depois de assistir esse episódio.
Fiquei pensando comigo mesmo, o que fariam outros capitães da série.
Tenho certeza que o Benjamim Sisko, da DEEP SPACE NINE, (outro seriado STAR TREK) não seria tão tolerante com a vagabundagem CAATATI.
De qualquer forma, o lado bom deste episódio, assim como muitos outros das diversas séries STAR TREK, é que ele me fez refletir, a respeito de situações semelhantes a esta, que a humanidade é obrigada a enfrentar.
Quem está atento aos fatos, diariamente depara-se com ocorrências como a aqui descrita, em que, uma, ou, várias almas caridosas, após prestar ajuda a esta espécie de vagabundagem, acaba levando como "recompensa" facadas nas costas, dada por tipos, a quem mãos generosas foram estendidas.
Se eu fosse o roteirista deste episódio, certamente, o final seria bem diferente.
Mas, como não fui eu quem escreveu a história, fico aqui refletindo ainda, se, um comportamento condescendente com essa espécie de bandido, é o que os novos tempos e governantes exigem da caridade cristã.
Fica então, a reflexão, e recomendação para que você, assista também Jornada nas Estrelas, e tire suas próprias conclusões...
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